segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Lógunèdè - O príncipe sem mãe


Lógunèdè é filho de Oxóssi e de Oxum. É mulher durante seis meses, vivendo na água, e nos outros seis meses é homem, vivendo no mato, propicia a caça e a pesca. Quando em seu aspecto feminino, veste-se com saia cor-de-rosa, usa uma coroa de metal dourado (não o Adé das rainhas), um arco e uma flecha. Com seu aspecto masculino usa capacete de metal dourado, capangas, arco e flecha ou espada. Só se veste com cores claras. Sempre acompanha na dança Oxum e Oxóssi.
Um Orixá essencialmente Ijexá (da Nigéria). Caçador e pescador. Sendo filho de Oxóssi e Oxum, assume características de ambos. É dito que ele vive metade do ano nas matas - domínio do pai, comendo caça; e a outra metade nas águas doces - domínio da mãe, comendo peixe.
No Brasil tem numerosos adeptos. Lógunèdè é o ponto de encontro entre os rios e florestas, as barrancas, beiras de rios, e também o vapor fino sobre as lagoas, que se espalha nos dias quentes pelas florestas. Lógunèdè representa o encontro de naturezas distintas sem que ambas percam suas características. É filho de Oxóssi Inlè com Oxum Yeye Pondá. Assim, tornou-se o amado, doce e respeitado príncipe das matas e dos rios, e tudo que alimenta os homens, como as plantas, peixes e outros animais, sendo considerado então o dono da riqueza e da beleza masculina.
É considerado o príncipe dos orixás. Tem a astúcia dos caçadores e a paciência dos pescadores como principais virtudes.
Dizem os mitos que sendo Oxóssi e Oxum extremamente vaidosos, não puderam viver juntos, pois competiam pelo prestígio e admiração das pessoas e terminaram separando-se. Ficou combinado entre eles que Lógunèdè viveria seis meses nas águas dos rios com Oxum e seis meses nas matas, com seu pai Oxóssi. Ambos ensinariam a Lógunèdè a natureza dos seus domínios. Ele seria poderoso e rico, além de belo.


No entanto, o hábito da espreita aprendido com seu pai, fez com que, um dia, curioso a respeito da beleza do corpo de sua mãe, de que tanto se falava nos reinos das águas, Lógunèdè vestindo-se de mulher fosse espiá-la no banho. Como Oxum estivesse vivendo seu romance com Xangô, tio de Lógunèdè, e Xangô tivesse exigido como condição do casamento que ela se livrasse de Lógunèdè, Oxum aproveitou a oportunidade para punir Lógunèdè com sua transformação num orixá meji (orixá duplo) e abandoná-lo na beira do rio. Iansã o encontra, e fascinada pela beleza da criança leva Lógunèdè para casa onde, juntamente com Ogum, passa a criá-lo e educá-lo.
Com Ogum Lógunèdè aprendeu a arte da guerra e da forja e com Iansã o amor à liberdade. Diz o mito que Lógunèdè tinha tudo, menos amor das mulheres, pois mesmo Iansã, quando roubada de Ogum por Xangô, abandona Lógunèdè com seu tio, criando assim um profundo antagonismo entre Xangô e Lógunèdè, já que por duas vezes Xangô lhe tira a mãe.
Lógunèdè nunca se casou, devido a seu caráter infantil e duplo e sua companhia predileta é Ewá, que também vive, como ele, solitária e no limite de dois mundos diferentes.
Possui o conhecimento dos elementos da natureza, onde reinam seus pais, como florestas, matas, rios, cachoeiras, etc. Seu próprio domínio está situado nas margens de rios, córregos e cursos d’água em geral, desde que tenham vegetação, ou seja, o encontro dos dois reinados.
Na verdade, esse orixá tem livre acesso aos dois reinados, adquirindo o conhecimento de ambos. Consegue adaptar-se, com facilidade, aos mais diversos ambientes, agindo e comportando-se de diferentes formas, dependendo da situação.
Ele herdou, também, muitas das características de seus pais, como a habilidade de caçar e conseguir fortuna, o encanto e a beleza, bem como um grande conhecimento de feitiçaria, como sua mãe. Além desses atributos, é, também, responsável pela fertilização das terras, através da irrigação, contribuindo, assim, com a agricultura.
Esse orixá possui muita riqueza e sabedoria, não admitindo a imperfeição em suas oferendas e rituais. Tem aparência doce e calma, mas, quando contrariado, torna-se muito enfurecido.
Outra característica de Lógunèdè é a de importar-se com o sofrimento dos outros, distribuindo riquezas e caças para os que não têm. 

Lossi lossi Logun Edé!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela visita, volte sempre.