Também conhecida como Ìyá-Wa. Assim como Odoyá
e Oxum, também é uma divindade
feminina das águas e, às vezes, associada à fecundidade. É reverenciada como a
dona do mundo e dona dos horizontes. Em algumas lendas aparece como a esposa de
Oxumarê e pertencendo a ela a faixa
branca do arco-íris, pelo raio do sol, pela neve, em outras como esposa de Obaluaiê ou Omulu.
Ewá é a divindade do rio
Yewà. Na Bahia é cultuada somente em
três casas antigas, devido à complexidade de seu ritual. As gerações mais novas
não captaram conhecimentos necessários para a realização do seu ritual, daí se
ver, constantemente, alguém dizer que fez uma obrigação para Ewá, quando na
realidade o que foi feito é o que se faz normalmente para Oxum ou Iansã.
O desconhecimento começa com as coisas mais
simples como a roupa que veste as armas, insígnias que segura e os cânticos e
danças, isso quando não dizem que Ewá é a mesma coisa que Oxum, Odoyá e Oyá.
Orixá que protege as virgens aliás, tudo que é inexplorado conta com a sua proteção:
a mata virgem, as moças virgens, rios e lagos onde não se pode nadar ou
navegar. A própria Ewá, acreditam alguns, só é iniciada na cabeça de mulheres
virgens, pois ela mesma seria uma virgem, a virgem da mata virgem filha dileta
de Oxalá e Odùduwà.
As palmeiras com folhas em leque também
simbolizam Ewá - exótica, bela, única e múltipla.
Na
verdade ela mantém fundamentos em comum com Oxumarê, inclusive dançam juntos,
mas não se sabe ao certo se seria a porção feminina, sua esposa ou filha.
Quando cultuada na nação Keto, Ewá dança ilu, hamunha e aguerê, Na cultura Djedje, onde suas danças são
impressionantes, prefere o bravun e o
sató e dança acompanhada de Oxumarê, Omolu e Nanã.
Nas festas de Olubajé, Ewá não pode ser esquecida, deve receber seus sacrifícios,
e no banquete não pode faltar uma de suas comidas favoritas; banana-da-terra frita em azeite.
Ewá tem o poder da vidência, atributo que o
deus de todos os oráculos, Orunmilá lhe concedeu, Sra. do céu estrelado rainha
dos cosmos. Ela está no lugar onde o homem não alcança.
Sua ferramenta é o arpão, pode também
carregar um ofá dourado, ou uma
serpente de metal.
O Orixá Ewá é uma bela virgem que
Xangô também se apaixonou, porém não conseguiu conquistá-la, Ewá fugiu de Xangô
e foi acolhida por Obaluàyé que lhe deu refúgio. Ewá mora nas matas inalcançáveis, ligada a Irôko e Odé,
e tornou-se uma guerreira valente e caçadora habilidosa. Ewá é casta, a Senhora
das possibilidades.
Na África, o rio Yewà é a morada desta
deusa, mas a sua origem gera polémica. Há quem diga que, tal como Oxumarê,
Nanã, Omulu e Irôko, Ewá era cultuada inicialmente entre os Mahi, foi
assimilada pelos Iorubas e inserida no seu panteão. Havia um
Orixá feminino oriundo das correntes do Daomé chamado Dan. A força
desse Orixá estava concentrada numa cobra que engolia a própria cauda, o que
denota um sentido de perpétua continuidade da vida, pois o círculo nunca
termina.
Ewá teria o mesmo significado de Dan ou
uma das suas metades – A outra seria Oxumarê. Existem, no entanto, os que defendem
que Ewá já pertencia à mitologia Nagô, sendo originária na cidade de
Abeokutá.
Ri Ro Ewá!
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