Vungi – na nação Angola e Congo; ou Ìbejî – na Nação Ketu; o único Orixá
permanentemente duplo. É formado por duas entidades distintas e sua função
básica é indicar a contradição, os opostos que coexistem. Num plano mais
terreno, por ser criança. A ele é associado a tudo o que se inicia: a nascente
de um rio, o germinar das plantas, o nascimento de um ser humano.
Vungi está presente em todos os rituais do candomblé
e umbanda, pois, assim com Exu, se não for bem cuidado, pode atrapalhar os
trabalhos, com suas brincadeiras infantis, desvirtuando a concentração dos
membros de uma Casa de Santo.
Companheiro
inseparável de Lógunèdè e Ewá formam um trio de muita bagunça, de alegria,
felicidade e, principalmente, beleza. O Orixá criança. É a divindade da
brincadeira, da alegria; sua regência está ligada à infância.
Discute-se, ainda hoje, sobre os fundamentos
deste Orixá. Dizem que estão perdidos, pois se trata de uma divindade raríssima
e até mesmo pouco conhecida no Brasil. São gêmeos, duplos e têm o sincretismo
de Cosme e Damião; e Crispim e Crispiniano, tão cultuado em terras
brasileiras.
Sua determinação é tomar conta do bebê até a
adolescência, independente do orixá que a criança carrega. Ibeji é tudo de
bom, belo e puro que existe; uma criança pode nos mostrar seu sorriso, sua
alegria, sua felicidade, seu engatinhar, falar, seus olhos brilhantes.
Na
natureza, a beleza do canto dos pássaros, nas evoluções durante o voo das aves,
na beleza e perfume das flores. A criança que temos dentro de nós, as
recordações da infância. Feche os olhos e lembre-se de uma felicidade, de uma
travessura e você estará vivendo ou revivendo uma lenda dessa divindade. Pois
tudo aquilo de bom que nos aconteceu em nossa infância, foi regido, gerado e
administrado por Ibeji. Portanto, ele já viveu todas as felicidades e
travessuras que todos nós, Erês humanos, vivemos.
A
palavra Erê vem do yorubá, iré, que significa "brincadeira, divertimento". Daí a expressão siré que significa “fazer brincadeiras”. O Erê (não confundir com criança que em
yorubá é omodé) aparece instantaneamente logo após o transe do orixá, ou seja,
o Erê é o intermediário entre o iniciado e o orixá. Durante o ritual de
iniciação, o Erê é de suma importância, pois, é o Erê que muitas das vezes
trará as várias mensagens do orixá do recém-iniciado.
O
Erê na verdade é a inconsciência do novo omon-orixá, pois o Erê é o responsável
por muita coisa e ritos passados durante o período de reclusão. O Erê conhece
todas as preocupações do iyawô (filho),
também, aí chamado de omon-tú ou “criança-nova”. O comportamento do
iniciado em estado de “Erê” é mais
influenciado por certos aspectos de sua personalidade, que pelo caráter rígido
e convencional atribuído a seu orixá.
Erê mi ô, oni Ìbejî, beje erô!
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