quinta-feira, 2 de agosto de 2012

As 3 Casas mais velhas de Candomblé

Ilê Asé Iyá Nassô Oká
Casa Branca do Engenho Velho, Sociedade São Jorge do Engenho Velho ou Ilê Asé Iyá Nassô Oká; é considerada a primeira casa de candomblé aberta em Salvador, Bahia. Constituído de uma área aproximada de 6.800 m², com as edificações, árvores e principais objetos sagrados. É o primeiro Monumento Negro considerado Patrimônio Histórico do Brasil desde o dia 31 de maio de 1984, posteriormente tombado em 14 de Agosto de 1986.
No período da escravidão no Brasil, os negros formavam suas comunidades nos engenhos de cana. Na Bahia princesas, na condição de escravas, vindas de Oyó e Keto, fundaram um centro num engenho de cana. Depois se agruparam num local denominado Barroquinha, onde fundaram uma comunidade de Nagô Ilè Asé Airá Intilè também conhecida como Candomblé da Barroquinha, que segundo historiadores, remonta mais ou menos 300 anos de existência, dentro do perímetro urbano de Salvador.
Sabe-se que esta comunidade fora fundada por três negras africanas cujos nomes são: Iyá Detá, Iyá Kalá, Iyá. Não se tem certeza de quem plantou o Axé, porém o Engenho Velho se chama Ilé Iyá Nassô Oká.
Os africanos que se encontravam ali, lugar deserto naquela época, porém próximo ao Palácio de sua Real Majestade, tiveram receio da intervenção das autoridades no seu Culto, daí, Iyá Nassô resolveu arrendar terras do Engenho Velho do Rio Vermelho de Baixo, no trecho chamado Joaquim dos Couros, lugar onde se encontra até hoje, estabelecendo aí o primeiro Terreiro de Culto Africano na Bahia.
A Iyá Nassô, sucedeu Iyá Marcelina da Silva. Após a morte desta, duas das suas filhas, Maria Júlia da Conceição e Maria Júlia Figueiredo, disputaram a chefia do candomblé, cabendo à Maria Júlia Figueiredo que era a substituta legal (Iyakekeré) tomar a posse de Mãe do Terreiro. Maria Júlia da Conceição afastou-se com as demais dissidentes e fundaram outro Ilé Axé, o (Terreiro do Gantois).
Substituiu Maria Júlia Figueiredo na direção do Engenho Velho, a Mãe Sussu (Ursulina de Figueiredo). Com a sua morte nova divergência foi criada entre suas filhas, Sinhá Antônia, substituta legal de Sussu, por motivos superiores não podia tomar a chefia do Candomblé, em consequência o lugar de Mãe foi ocupado por Tia Massi (Maximiana Maria da Conceição).
Vencendo o partido da Ordem, dissidentes inconformados fundaram então uma outro Ilé Axé, o (Ilê Axé Opô Afonjá).
Maximiana Maria da Conceição, Tia Massi foi sucedida por Maria Deolinda, Mãe Oké. A direção sacerdotal do Engenho Velho foi posteriormente confiada à Marieta Vitória Cardoso, Oxum Niké, recentemente desaparecida.
Atualmente, assumiu a chefia da Casa, a Iyalorixá Altamira Cecília dos Santos, filha legítima de Maria Deolinda dos Santos, carinhosamente chamada de "Papai Oké"
O Terreiro é de Oxóssi e o Templo principal é de Xangô. O Barracão que tem o nome de Casa Branca, é uma edificação alongada com várias divisões internas que encerram residências das principais pessoas do Terreiro, como também espaços reservados aos quartos de Orixás, quarto de Axé, Salão onde se realizam as festas públicas, bem como a cozinha onde se preparam as comidas sagradas. Uma bandeira branca hasteada no Terreiro indica o caráter sagrado deste espaço. No telhado do Barracão, símbolos de Xangô identificam o Patrono do Templo.
O Ilé Axé Iya Nassô é o 1º Templo de Culto Religioso Negro no Brasil - Casa Branca do Engenho Velho.
É o primeiro Monumento Negro considerado Patrimônio Histórico do Brasil desde o dia 31 de maio de 1984 (Tombamento do Terreiro do Engenho Velho).
Antes disso, em 1982, o Terreiro já havia sido tombado como Patrimônio da Cidade do Salvador 1ª Capital do Brasil.
Em 1985 o Terreiro do Engenho Velho foi considerado Axé Especial de preservação Cultural do Município de Salvador.
A Sociedade São Jorge do Engenho Velho, representante legal da Comunidade do Ilé Axé Iya Nassô Oká foi considerada de utilidade pública Municipal e Estadual. É Membro do Conselho Geral do Memorial Zumbi.

Ilê Iyá Omi Axé Yamassê
A Sociedade São Jorge do Gantois, Terreiro do Gantois ou Ilê Iyá Omi Axé Yámassê; Outra grande casa de candomblé Jejé-Nagô, que também nasceu da Casa Branca do Engenho Velho, foi fundado por Maria Júlia da Conceição Nazaré, 1849 que parte com seu marido, negro alforriado, para um terreno arrendado pelo bisavô de Menininha.
O terreno onde foi erguido Gantois pertencia a uma família belga, traficante de escravos e proprietários de terras. O lugar era escondido como estratégia para fugir das perseguições policiais. Era localizado em num lugar alto e cercado por um bosque, com muitas arvores. Aí foi plantado o Axé do terreiro e iniciado o trabalho.
O que diferencia o Gantois de outros terreiros tradicionais da Bahia, como o Ilê Axé Opô Afonjá, Casa Branca do Engenho Velho, Terreiro do Bogum e outros, é que a sucessão se dá pela linhagem e não através de escolha pelo jogo de búzios.
Gantois segue a tradição hereditária consanguínea, em que os regentes são sempre do sexo feminino.
O Tombamento Terreiro do Gantois foi realizado em 2002, pelo IPHAN.

Ilè Asé Opó Afonjá
Ilè Asé Opó Afonjá, (Casa de Força Sustentada por Afonjá), Centro Cruz Santa do Asé do Opó Afonjá, fundada por Eugênia Ana dos Santos, em 1910.
Tombamento Terreiro Opo Afonjá realizado em 28 de julho de 2000, pelo IPHAN
A história do Terreiro do Asé Opô Afonjá  assim como a do Terreiro do Gantois, está intimamente vinculada ao Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho.
Segundo vários autores, este terreiro serviu de modelo para todos os outros, de todas as nações. Um grupo dissidente do Terreiro da Casa Branca, comandado por Eugênia Anna dos Santos, fundou, em 1910, numa roça adquirida no bairro de São Gonçalo do Retiro, o Terreiro Ketu do Asé Opô Afonjá.
O terreiro ocupa uma área de cerca de 39.000 m2. As edificações de uso religioso e habitacional do terreiro, ocupam cerca de 1/3 do total do terreno, em sua parte mais alta e plana, sendo o restante ocupado pela área de vegetação densa que constitui, nos dias de hoje, o único espaço verde das redondezas.
Por força da topografia do terreno, as edificações do Asé Opô Afonjá se distribuem mais ou menos linearmente, aproveitando as áreas mais planas da cumeada, tornando, no acesso principal, um "terreiro" aberto em torno do qual se destacam os edifícios do barracão, do templo principal - contendo os santuários de Oxalá e de Iemanjá -, da Casa de Xangô e da Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos.
A organização do Asé Opô Afonjá mantém as características básicas do modelo típico do terreiro jejê-nagô. Esses mesmos elementos, são também encontrados nos terreiros da Casa Branca e do Gantois, apenas com uma diferença: no Asé Opô Afonjá o barracão é uma construção independente, ao passo que nos dois outros terreiros ele está incorporado ao templo principal.

Candomblé - Suas raízes e vertentes


Candomblé
Candomblé é uma religião derivada do animismo africano onde se cultuam os Orixás, Voduns, Nkisis dependendo da nação. Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-brasileiras praticadas principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo, em outros países escravocatas como; Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia, Panamá, México, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.
Cada nação africana tem como base o culto a um único orixá. A junção dos cultos é um fenômeno brasileiro em decorrência do contrabando de escravos onde, varias nações se agrupados em senzalas.
A religião que tem por base a anima (alma) da Natureza, sendo portanto chamada de anímica, foi desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos (Babalorixá e Iyalorixá) que foram escravizados e trazidos da África, juntamente com seus Orixás/Nkisis/Voduns, sua cultura, e seus idiomas, entre 1549 e 1888.
Embora confinado originalmente à população de negros escravizados, inicialmente nas senzalas, quilombos e terreiros, proibido pela igreja católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888. Estabeleceu-se com seguidores de várias classes sociais e dezenas de milhares de templos. Em levantamentos recentes, aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5% da população total) declararam o candomblé como sua religião. Na cidade de Salvador existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-brasileiros e catalogados pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA, (Universidade Federal da Bahia) Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador.
Entretanto, na cultura brasileira as religiões não são vistas como mutuamente exclusivas, e muitas pessoas de outras crenças religiosas — até 70 milhões, de acordo com algumas organizações culturais Afro-Brasileiras — participam em rituais do candomblé, regularmente ou ocasionalmente. Orixás do Candomblé, os rituais, e as festas são agora uma parte integrante da cultura e uma parte do folclore brasileiro.
O Candomblé não deve ser confundido com Umbanda, Macumba e/ou Omoloko, outras religiões afro-brasileiras com similar origem; e com religiões afro-americanas similares em outros países do Novo Mundo, como o Vodou Haitiano, a Santeira cubana, e o Obeah, em Trindade e Tobago, os Shangos (similar ao Tchamba africano, Xambá e ao Xangô do Nordeste do Brasil) o Ourisha, de origem yoruba, os quais foram desenvolvidas independentemente do Candomblé e são visualmente desconhecidos no Brasil.

Nações
Os negros escravizados no Brasil pertenciam a diversos grupos étnicos, incluindo os yoruba, os ewe, os fon, e os bantu. Como a religião se tornou semi-independente em regiões diferentes do país, entre grupos étnicos diferentes evoluíram diversas "divisões" ou nações, que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, o atabaque (música) e a língua sagrada usada nos rituais.
A lista seguinte é uma classificação pouco rigorosa das principais nações e sub-nações, de suas regiões de origem, e de suas línguas sagradas:
  • ·      Ketu ou Queto (Bahia) e quase todos os estados - Língua yoruba (Iorubá ou Nagô em Português)
  • ·      Efan na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo
  • ·      Ijexá principalmente na Bahia
  • ·      Nagô Egbá ou Xangô do Nordeste no Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo
  • ·      Mina-nagô ou Tambor de Mina no Maranhão
  • ·      Xambá em Alagoas e Pernambuco (quase extinto).
  • ·      Bantu, Angola e Congo (Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul), mistura de línguas Bantu, Kikongo e Kimbundo.
  • ·      Candomblé de Caboclo (entidades nativas índios)
  • ·      Jeje A palavra Jeje vem do yoruba djedje que significa estrangeiro, forasteiro. Nunca existiu nenhuma nação Jeje na África. O que é chamado de nação Jeje é o candomblé formado pelos povos fons vindo da região de Daomé e pelos povos Mahis ou Mahins. Jeje era o nome dado de forma pejorativa pelos yorubás para as pessoas que habitavam o leste, porque os mahis eram uma tribo do lado leste e Saluvá ou povos Savalu do lado sul. O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de "Savé" que era o lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de Savé (tendo neste caso a ver com os povos fons). O Abomey ficava no oeste, enquanto Ashantis era a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povos Jeje, (Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo) - língua ewe e língua fon (Jeje)
  • ·      Jeje Mina língua mina São Luiz do Maranhão
  • ·      Babaçuê, Belém, Pará


Crenças
Candomblé é uma religião "monoteísta”, embora alguns defendam a ideia que são cultuados vários deuses, o deus único para a Nação Ketu é Olorum, para a Nação Bantu é Nzambi e para a Nação Jeje é Mawu, são nações independentes na prática diária e em virtude do sincretismo existente no Brasil a maioria dos participantes consideram como sendo o mesmo Deus da Igreja Católica.
Os Orixás / Inkisis / Voduns recebem homenagens regulares, com oferendas de animais, vegetais e minerais, cânticos, danças e roupas especiais. Mesmo quando há na mitologia referência a uma divindade criadora, essa divindade tem muita importância no dia-a-dia dos membros do terreiro, mas não são cultuados em templo exclusivo, é louvado em todos os preceitos e muitas vezes é confundido com o Deus cristão.
  • ·      os Orixás da Mitologia Yoruba foram criados por um deus supremo, Olorum;
  • ·      os Voduns da Mitologia Fon foram criados por Mawu, o deusa suprema dos Fon;
  • ·      os Nkisis da Mitologia Bantu, foram criados por Zambi, Zambiapongo, deus supremo e criador.

O Candomblé cultua, entre todas as nações, umas cinquenta das centenas de divindades  ainda cultuadas na África. Mas, na maioria dos terreiros das grandes cidades, são doze as mais cultuadas. O que acontece é que algumas divindades têm "qualidades", que podem ser cultuadas como um diferente Orixás / Inkisis / Voduns em um ou outro terreiro. Então, a lista de divindades das diferentes nações é grande, e muitos Orixás do Ketu podem ser "identificados" com os Voduns do Jejé e Inkisis dos Bantu em suas características, mas na realidade não são os mesmos; seus cultos, rituais e toques são totalmente diferentes.
Orixás têm individuais personalidades, habilidades e preferências rituais, e são conectados ao fenômeno natural específico (um conceito não muito diferente do Kami do japonês Xintoísmo). Toda pessoa é escolhida no nascimento por um ou vários "patronos" Orixás, que um babalorixá identificará. Alguns Orixás são "incorporados" por pessoas iniciadas durante o ritual do candomblé, outros Orixás não, apenas são cultuados em árvores pela coletividade. Alguns Orixás chamados Funfun (branco), que fizeram parte da criação do mundo, também não são incorporados.
Acreditam na vida após a morte, e que os espíritos dos babalorixá falecidos possam materializar-se em roupas específicas, são chamados de Babá Egum ou Egungun e são cultuados em roças dirigidas só por homens no Culto aos Egungun, os espíritos das Iyalorixá falecidas são cultuados coletivamente Iyami-Ajé nas sociedades secretas Gelede, ambos cultos são feitos em casas independentes das de candomblé que também se cultuam os eguns em casas separadas dos Orixás.
Acreditam que algumas crianças nascem com a predestinação de morrer cedo, são os chamados abikus (nascidos para morrer).

Sincretismo
No tempo das senzalas os negros para poderem cultuar seus Orixás, Nkisis e Voduns usaram como camuflagem um altar com imagens de santos católicos e por baixo os assentamentos escondidos, segundo alguns pesquisadores este sincretismo já havia começado na África, induzida pelos próprios missionários para facilitar a conversão.
Depois da libertação dos escravos começaram a surgir as primeiras casas de candomblé, e é fato que o candomblé de séculos tenha incorporado muitos elementos do cristianismo. Imagens e crucifixos eram exibidos nos templos, orixás eram frequentemente identificados com santos católicos, algumas casas de candomblé também incorporam entidades caboclos, que eram consideradas pagãs como os orixás.
Mesmo usando imagens e crucifixos inspiravam perseguições por autoridades e pela Igreja, que viam o candomblé como paganismo e bruxaria, muitos mesmo não sabendo o que era isso.
Nos últimos anos, tem aumentado um movimento em algumas casas de candomblé que rejeitam o sincretismo aos elementos cristãos e procuram recriar um candomblé "mais puro" baseado exclusivamente nos elementos africanos

Templos
Os Templos de candomblé são chamados de Casas, Roças ou Terreiros.
As casas podem ser de linhagem Matriarcal, Patriarcal ou Mista:
Casas pequenas, que são independentes, possuídas e administradas pelo babalorixá ou iyalorixá dono da casa e pelo Orixá principal respectivamente. Em caso de falecimento do dono, a sucessão na maioria das vezes é feita por parentes consanguíneos, caso não tenha um sucessor interessado em continuar a casa é desativada. Não há nenhuma administração central.
Casas grandes, que são organizadas tem uma hierarquia rígida, não é de propriedade do sacerdote, nem toda casa grande é tradicional, é uma Sociedade Civil ou Beneficente.
Casas de linhagem matriarcal: (só mulheres) assumem a liderança da casa como Iyalorixá.

  • Ilé Asé Iyá Nassô Oká - Casa Branca-Engenho Velho - considerada a primeira casa a ser aberta em Salvador, Bahia
  • Ilê Maroiá Lájié - Mãe Olga de Alaketu - Fundada em 1636 no Matatu de Brotas por Otampé Ojarô
  • Ilé Iyá Omi Asé Yámassê do Gantois - Terreiro do Gantois - Salvador, Bahia
  • Ilé Asé Opó Afonjá - Opó Afonjá - Salvador, Bahia e Coelho da Rocha, Rio de Janeiro
  • Zoogodô Bogum Malé Rondó - Terreiro do Bogum - Salvador, Bahia
  • Querebentan de Zomadônu - Casa das Minas - fundada +/- 1796 - São Luiz, Maranhão
  • Kwe Kpodaba - Asé Podaba - fundado em 1851 - Rio de Janeiro
  • Ilé Asé Íyà Atara Magbá - Santa Cruz da Serra - RJ. Fundada e dirigida até hoje por Omindarewa de Yemanja
  • Ilé Omo Oyá Legi - Mesquita, Rio de Janeiro

Casas de linhagem patriarcal: (só homens) assumem a liderança da casa como Babalorixá no Culto aos Orixá ou Babaojé no Culto aos Egungun.

  • Ilê Agboulá - Ilha de Itaparica
  • Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Axipá - Ilê Axipá - Salvador, Bahia

Casas de linhagem mista: tanto homens como mulheres podem assumir a liderança da casa.
  • Ilé Asé Oxumarê - Casa de Oxumare - Salvador, Bahia
  • Ilé Asé Odó Ogè - Terreiro Pilão de Prata - Salvador, Bahia
  • Obá Ogunté - Terreiro Obá Ogunté - Recife, Pernambuco
  • Kwé Ceja Houndé - Roça do Ventura - Cachoeira e São Félix, Bahia
  •  Ilê Asé Iyá Ogunté - Casa de Iemanjá - Maceió, Alagoas
  • Terreiro Viva Deus - Asepo Eran Opé Oluwá - Cachoeira - Bahia. Fundada por José Domingos de Santana- Zé do Vapor de Ogum. Dirigido hoje pelo babalaxé Luiz Sérgio Barbosa de Oxalufã.
  •  Ilé Àsé Igba Onin Odé Akueran - Casa Pai Francisco - Curitiba - Paraná. Fundada por José Francisco - Odé Otaioci. Dirigido hoje pela Iyálàsé Tutty.
  • Kunzo Nkisi Caxuté Teempu Mavula - Terreiro Caxuté - Valença, Bahia

A progressão na hierarquia é condicionada ao aprendizado e ao desempenho dos rituais longos da iniciação. Em caso de morte de um Babalorixá ou Iyalorixá, o sucessor é escolhido, geralmente entre seus filhos, na maioria das vezes por meio de um jogo divinatório Opelê-ifá (jogo de búzios). Entretanto a sucessão pode ser disputada ou pode não encontrar um sucessor, e conduz frequentemente a rachar ou até mesmo ao fechamento da casa. Há somente três ou quatro casas em atividade Brasil que viram seu 100° aniversário.

Hierarquia
No Brasil, existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun, Orixá, Vodun e Nkisi, são separados por tipo de iniciação ao sacerdócio.
  • ·   Culto de Ifá participam tanto homens quanto mulheres, sendo um Culto patriarcal conduzido pelos Babalawos.
  • ·    Culto aos Egungun participam tanto homens quanto mulheres, sendo Culto patriarcal que lida diretamente com a ancestralidade, conduzidos pelos Ojés.
  • ·      Candomblé Ketu participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens (Babalorixás) quanto por mulheres (Iyalorixás), entram em transe com Orixá.
  • ·      Candomblé Jeje participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens quanto por mulheres Vodunsis, entram em transe com Vodun.
  • ·      Candomblé Bantu participam tanto homens quanto mulheres, sendo conduzido tanto por homens quanto por mulheres inicia Muzenzas, entram em transe com Nkisi.


Sacerdócio
Nas religiões Afro-brasileiras o sacerdócio é dividido em:
  • ·      Axogun - O cargo mais importante do Candomblé. Em grau de importância, está acima até mesmo dos Babalorixás. Todos estão á disposição deste sacerdote, porém, como não é rodante, não pode iniciar ninguém sem a participação de um babalorixá ou iyalorixá.
  • ·      Babalawo - Sacerdote de Orunmila-Ifá do Culto de Ifá
  • ·      Bokonon - Sacerdote do Vodun Fa
  • ·      Babalorixá ou Iyalorixá - Sacerdotes de Orixás
  • ·      Doté ou Doné - Sacerdotes de Voduns
  • ·      Tateto e Mameto - Sacerdotes de Inkices
  • ·      Ojé - Sacerdote do Culto aos Egungun
  • ·      Babalosaim - Sacerdote de Ossaim